O storytelling nada mais é do que uma narrativa bastante utilizada na publicidade como recurso capaz de criar um vínculo da marca com o seu consumidor final. Nesse blog, falaremos como se preparar uma boa narrativa e abordaremos outras aplicações pela neurociência.
A narrativa se baseia na jornada do herói, onde basicamente o herói é o público de interesse e a situação de desafio são obstáculos comuns do dia-a-dia. Em sua construção são compreendidas 7 etapas: introdução, conflito, recusa do chamado, ajuda necessária, superação, a grande virada e conclusão da trama. De forma resumida, temos:
Introdução que é o momento em que se apresenta o universo explorado ao público. É o primeiro ponto que garantirá se ele irá ou não prestar atenção na história.
Conflito é o momento importante para despertar a curiosidade do público, então conhecer os problemas cotidianos do público é crucial.
Recusa do chamado é quando haverá os impedimentos para resolução do problema, isso faz com que o público fique aflito para que o problema seja resolvido, portanto se envolvendo mais ainda com a trama.
Ajuda necessária é o momento ideal para apresentar o guia que irá solucionar os problemas.
Superação traz consigo a decisão do herói (público) de superar o desafio com ajuda do seu guia.
A virada é o momento decisivo, prestes a concluir o desafio, nesse momento o público já criou uma relação com o que deveria estar conectado.
Conclusão mostra o desfecho, mas não é com qualquer desfecho, é necessário que o personagem tenha sido transformado.
O storytelling é uma das ferramentas mais poderosas que existem porque ao escutarmos/ler/ver uma história, as áreas cerebrais (córtex motor, sensorial, frontal, de Wernicke e Broca) que são exploradas na história são ativadas; havendo também a liberação de dopamina.
Além de se usar na publicidade e neuromarketing, a neurociência pode explorar esse campo de outras maneiras como veremos em seguida.
Um estudo apresentou um novo design de interface cérebro-máquina (ICM) para narrativas interativas, onde tentou captar a empatia pelo personagem principal, através de uma abordagem de neurofeedback utilizando sinais de EEG e viu a possibilidade de modular o controle emocional do personagem que era confrontado com situações desafiadoras.
Como a própria imagem abaixo elucida, o sujeito assiste em tempo real a narrativa dentro de uma ressonância magnética (fMRI), tendo como o cenário um ambiente médico em que um paciente falecerá se não receber apoio do usuário. O apoio será acionado pelo neurofeedback através dos dados que saem do EEG e entram na ICM para poder mudar o cenário. As neuroimagens coletadas pelo fMRI servem como prova de conceito visto a baixa resolução espacial do EEG, sendo possível ver o neurofeedback efetivo com a ativação das áreas pré-frontais relacionadas a regulação das emoções.
Fonte: CAVAZZA et al., 2014.
Outro uso é na área da realidade virtual onde, por exemplo, pode ser usada na reabilitação de pacientes com lesões cerebrais, dentro outros casos relacionado à saúde. Sendo uma das questões mais importantes a imersão do usuário, portanto o storytelling é um dos grandes responsáveis por essa experiência mais imersiva do usuário.
Referências:
GULINO, Paul Joseph; SHEARS, Connie. The Science of Screenwriting: The Neuroscience Behind Storytelling Strategies. Bloomsbury Publishing USA, 2018.
CAVAZZA, Marc et al. Towards empathic neurofeedback for interactive storytelling. In: 2014 Workshop on Computational Models of Narrative. Schloss Dagstuhl-Leibniz-Zentrum fuer Informatik, 2014.
ROSE, F. David; BROOKS, Barbara M.; RIZZO, Albert A. Virtual reality in brain damage rehabilitation. Cyberpsychology & behavior, v. 8, n. 3, p. 241-262, 2005.
ROSE, Tyler; NAM, Chang S.; CHEN, Karen B. Immersion of virtual reality for rehabilitation-Review. Applied ergonomics, v. 69, p. 153-161, 2018.
BUCHER, John. Storytelling for virtual reality: Methods and principles for crafting immersive narratives. Taylor & Francis, 2017.
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