English Summary:
Rejection of "Homo Economicus" and "Social Man" Concepts
The Eurocentric view that reduces humans to categories like "Homo Economicus" (focused on economic behavior) and "Social Man" (governed by social norms) is challenged by decolonial neuroscience and indigenous epistemologies. These perspectives understand the mind as deeply connected to the environment and community. The emphasis is on balance and harmony between the body and territory, with spirituality and belonging playing key roles in the formation of subjectivity.
Our Hypothesis
Each emotion generates a specific "mind," formed through the integration of interoception (internal body sensations) and proprioception (awareness of body position and movement). When we change an emotion or the physical posture associated with it, we are essentially altering that specific mind. These "minds," developed over time, uniquely perceive the world and shape our episodic memories and semantic thoughts. Therefore, our perception and cognitive responses are limited by what each of these minds has learned and experienced. In summary, our mind is constantly transformed as we modulate internal sensations and bodily relations with the world, forming multiple mental states that respond according to the sum of accumulated experiences.
Spanish Summary:
Rechazo de los Conceptos de "Homo Economicus" y "Hombre Social"
La visión eurocéntrica que reduce al ser humano a categorías como "Homo Economicus" (definido por el comportamiento económico) y "Hombre Social" (regido por normas sociales) es cuestionada por la neurociencia decolonial y las epistemologías indígenas, que ven la mente como profundamente conectada al entorno y la comunidad. El enfoque está en el equilibrio y la armonía entre el cuerpo y el territorio, con la espiritualidad y el sentido de pertenencia desempeñando roles centrales en la formación de la subjetividad.
Nuestra Hipótesis
Cada sentimiento genera una mente específica, construida a partir de la integración de la interocepción (sensaciones internas del cuerpo) y la propiocepción (conciencia de la posición y movimiento del cuerpo en el espacio). Cuando cambiamos un sentimiento o la postura física asociada a él, esencialmente estamos cambiando la configuración de esa mente específica. Estas "mentes" construidas a lo largo de la vida no solo perciben el mundo de manera única, sino que también moldean nuestras memorias episódicas y pensamientos semánticos. En resumen, nuestra mente se transforma constantemente a medida que modulamos nuestras sensaciones internas y la relación corporal con el mundo, formando múltiples Estados mentales que responden según la suma de las experiencias acumuladas por cada una de ellas.
Nossa Hipótese:
Cada sentimento gera uma mente específica, construída a partir da integração da interocepção (sensações internas do corpo) e da propriocepção (consciência da posição e movimento do corpo no espaço). Quando mudamos um sentimento ou a postura física associada a ele, estamos essencialmente alterando a configuração dessa mente específica. Essas "mentes" construídas ao longo da vida não apenas percebem o mundo de forma única, mas também moldam nossas memórias episódicas e pensamentos semânticos. Portanto, nossa percepção do mundo e nossa resposta cognitiva estão limitadas pelo que cada uma dessas "mentes" aprendeu e experienciou. Em resumo, nossa mente se transforma constantemente à medida que modulamos nossas sensações internas e a relação corporal com o mundo, formando múltiplos Estados mentais que respondem de acordo com a soma das experiências acumuladas por cada uma delas.
Explicação:
Interocepção e Propriocepção: A mente, conforme descrita por Damasio, emerge da combinação de interocepção (sensações internas como fome, sede, temperatura corporal, batimentos cardíacos) e propriocepção (conhecimento da posição corporal no espaço). Essas informações corporais são fundamentais para a construção de qualquer Estado de consciência.
Múltiplas "mentes" e Sentimentos: Cada emoção ou sentimento cria um Estado particular que combina elementos de interocepção e propriocepção. Por exemplo, o medo pode ser sentido como um aumento da frequência cardíaca (interocepção) e tensão muscular (propriocepção), formando uma mente específica para essa emoção. Ao alterar esse Estado físico ou emocional, mudamos a configuração da mente correspondente.
Memórias e Formação de Ideias: Cada "mente" associada a um sentimento é capaz de gerar suas próprias memórias episódicas (associadas a eventos) e ideias semânticas (ligadas a conceitos e significados). O que percebemos e armazenamos na memória é sempre filtrado por essa mente emocional específica. Portanto, uma pessoa com diferentes "mentes" emocionais pode relembrar ou perceber o mundo de formas distintas, dependendo do Estado corporal e emocional no momento da percepção.
Percepção Limitada ao Aprendizado: A mente só pode perceber aquilo que foi capaz de aprender em seus Estados emocionais e corporais específicos. Se um Estado emocional nunca foi experimentado em combinação com um determinado ambiente ou estímulo, a mente não poderá compreendê-lo completamente. O aprendizado, portanto, é fortemente dependente da interação entre Estados emocionais/corporais e o mundo exterior.
Implicações:
Mudança de Estado: Alterar conscientemente o Estado corporal e emocional (através da mudança na postura, respiração, ambiente etc.) pode alterar a mente em ação, possibilitando novas percepções e aprendizagens. Isso pode ser uma base para práticas terapêuticas ou de autodesenvolvimento.
Limitações Perceptivas: As percepções e interpretações de uma pessoa são sempre filtradas pelas "mentes" que ela construiu ao longo de sua vida. Assim, qualquer ideia ou conceito é entendido somente de acordo com as experiências corporais e emocionais acumuladas.
Plasticidade e Flexibilidade: Se cada sentir tem uma mente específica, isso implica que o cérebro possui uma grande flexibilidade e plasticidade para gerar Estados mentais variados. A capacidade de alternar entre esses Estados permite uma resposta adaptativa ao ambiente.
Essa hipótese pode ser um ponto de partida para investigar como o corpo e suas sensações moldam a mente de forma profunda, e como o aprendizado emocional e corporal influencia a construção da realidade percebida.
Power Boys
UNO
Referências:
Ciência da Consciência em Primeira Pessoa na Alemanha:
First-Person Science of Consciousness.
Conferência organizada pela Universidade Witten/Herdecke e Alanus University, Mannheim, Alemanha (2025).
Disponível em: First-Person Science of Consciousness
Esse grupo de pesquisa examina a relação entre experiências subjetivas (em primeira pessoa) e sua integração com métodos empíricos, oferecendo uma abordagem metodológica para
Mente Damasiana (Antonio Damasio):
Damasio, A. (1999). The Feeling of What Happens: Body and Emotion in the Making of Consciousness. Harcourt Brace.
Damasio, A. (2010). Self Comes to Mind: Constructing the Conscious Brain. Pantheon Books.
Nessa obra, Damasio explora como a interocepção e a propriocepção desempenham papéis centrais na formação da consciência, enfatizando como o corpo e as emoções interagem para criar a experiência subjetiva.
Monismo de Triplo Aspecto (Alfredo Pereira Jr.):
Pereira Jr., A. (2013). Triple-aspect monism: Physiological, mental unconscious, and conscious aspects of information. Journal of Integrative Neuroscience, 12(3), 303-317. https://doi.org/10.1142/S0219635213500189
Pereira Jr., A. (2008). The Nature of Information: A Grothendieck topos and quadruple categories. In R. C. Nunes (Ed.), Information and Knowledge (pp. 27-44). Cambridge Scholars Publishing.
O Monismo de Triplo Aspecto propõe que a informação possui três aspectos simultâneos: o físico, o mental inconsciente e o consciente. Esses aspectos interagem para formar uma compreensão integrada da realidade, incluindo Estados mentais complexos.
Bodily Maps of Emotions (Lauri Nummenmaa et al., 2014):
Nummenmaa, L., Glerean, E., Hari, R., & Hietanen, J. K. (2014). Bodily maps of emotions. Proceedings of the National Academy of Sciences, 111(2), 646-651. https://doi.org/10.1073/pnas.1321664111
Este estudo mapeou como diferentes emoções ativam diferentes partes do corpo, sugerindo que a experiência emocional está intimamente ligada à percepção corporal, o que está alinhado com as ideias sobre a mente Damasiana.
Max Velmans (Understanding Consciousness):
Velmans, M. (2009). Understanding Consciousness (2nd ed.). Routledge.
Velmans discute como a consciência pode ser entendida em termos de uma vasta gama de Estados mentais, que estão profundamente conectados às experiências corporais e emocionais, expandindo a compreensão para mais de 1000 Estados mentais.
Espinosa (Emoções e Afetos):
Espinosa, B. (1677/1985). Ética. (Edição traduzida e comentada). Martins Fontes.
Espinosa delineia uma rede complexa de sentimentos e emoções, descrevendo mais de 60 Estados emocionais. Ele argumenta que essas emoções surgem da interação entre o corpo e a mente, antecipando conceitos que seriam refinados pela neurociência moderna.
Neurociência Decolonial e Corpo-Território:
Jackson Cionek utiliza o conceito de "Corpo Território" para descrever a inter-relação entre o corpo humano e o território como uma unidade de consciência. Esta ideia rejeita a separação ocidental entre mente e corpo, ou entre o homem e a natureza, e promove uma visão holística da experiência humana. Em culturas ameríndias, o ser humano é entendido como uma extensão da terra, o que proporciona uma maior interconexão entre as dimensões física e espiritual. Este conceito refuta os paradigmas do "Homem Social" e "Homo Economicus", que se baseiam em categorizações limitantes e abstratas sobre o comportamento humano.
Discussões de Jackson Cionek sobre Corpo Território
Yãy hã mĩy dos Maxakali:
O termo "Yãy hã mĩy", proveniente da cultura Maxakali, descreve um processo de desenvolvimento humano baseado na imitação de SER para transcender-se SER, vinculado ao desenvolvimento da fé e à alta performance. Este conceito foca no sentido de pertencimento e imersão subjetiva no mundo, o que contrasta fortemente com as categorias ocidentais de subjetividade, como o "Homem Social". Ele propõe que o desenvolvimento humano seja visto a partir de uma perspectiva integral, com a espiritualidade sendo um componente fundamental da alta performance e do processo cognitivo.
Jackson Cionek, ao discutir o desenvolvimento a partir da perspectiva Maxakali
Neurociência Decolonial:
Em uma abordagem de neurociência decolonial, é essencial ressaltar o papel da cultura, do território e da espiritualidade na formação da mente e da consciência. O enfoque não está em comportamentos ou necessidades puramente econômicas (como proposto pelo "Homo Economicus"), mas em uma visão ampla de pertencimento ao território e conexão com a natureza. Isso envolve a inclusão de saberes tradicionais que consideram as relações humanas como parte de um ecossistema, não como sistemas econômicos ou sociais isolados. Discussões sobre a importância da Neurociência Decolonial com Jackson Cionek
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