Obesidade infantil influencia no desenvolvimento cerebral?

Wednesday, 19 de January de 2022

A obesidade e o sobrepeso vêm ganhando notoriedade mundial, os índices de crescimento são preocupantes, a ponto desta ser considerada uma pandemia mundial, trazendo prejuízos significativos nas vidas das pessoas. Porém, pouco se sabe sobre as associações entre excesso de peso ou obesidade e desenvolvimento cerebral. Que tal discutirmos um pouco sobre isso associando com as crianças?

                                                                                                    

O excesso de peso e a obesidade referem-se ao acumulo em excesso de gordura corporal e tem origem multifatorial complexa, ou seja, perpassa por questões genéticas, psicológicas, culturais e sociais, sendo necessário intervenções eficazes no tratamento destas. Sua prevalência mundial dobrou desde 1980, a ponto de quase um terço da população mundial agora ser classificada como sobrepeso ou obesidade. A mesma afeta muitas funções
fisiológicas do corpo e compreende uma ameaça significativa à saúde pública. O risco de desenvolver várias doenças é aumentado com a obesidade, como diabetes mellitus, distúrbios osteomusculares, doença cardiovascular, vários tipos de cânceres, e até mesmo problemas de saúde mental.

Hoje, um total de 25,7 milhões de crianças residentes nos Estados Unidos (EUA) são classificadas como com sobrepeso ou obesidade. A obesidade traz diversos prejuízos na vida das pessoas, como qualidade de vida, produtividade do trabalho e nos custos com saúde, estresse, etc.

Em um estudo transversal utilizando ressonância magnética estrutural ponderados, fizeram imagens de mapas de espessura cortical em uma amostra grande e diversificada de crianças de 9 e 10 anos de idade de 21 locais nos EUA. Como resultado, um maior índice de massa corporal foi associado ao desenvolvimento menor do córtex pré-frontal (córtex mais fino), consequentemente uma diminuição nas funções executivas (FE), como memória de trabalho. Esses déficits nas FE podem contribuir para a má tomada de decisão na dieta, gerando uma retroalimentação constante. Dessa forma, além de todos os prejuízos já conhecidos, ainda é possível verificar comprometimentos neurofuncionais, isso torna mais preocupante ainda a questão da obesidade infantil!!!

 

Ai vai algumas dicas que podem ajudar os pais:

  • Caso toda família opte por uma alimentação saudável ajuda bastante a criança conseguir fazer a mesma escolha. Não adianta querer que os filhos comam mais legumes, verduras e frutas e menos gorduras e frituras, se o hábito familiar é de se alimentar de forma inadequada.
  • Deixe o prato o mais colorido possível, contendo uma variedade de coisas (carne, verduras, cereais, etc.).
  • Insistir, com carinho, para que a criança aceite novos alimentos. Uma recusa não significa que não poderá vir a gostar de uma comida, então, caso não aceite dessa vez, você pode na refeição seguinte oferecer novamente, até que a criança vá se habituando.
  • Além de ser alimentar de forma saudável, procurar atividades físicas divertidas também é interessante para família.
  • É importante a criança entender a importância da alimentação saudável, então, explicar a ela os motivos de forma que ela entenda pode fazer com que ela sinta mais empolgação no ato.
  • Não ser tão restrito na alimentação, lembre-se que é uma criança, então, sempre que possível (um final de semana por exemplo) deixa ela comer alguma coisa que gosta.
  • Diminuir o número de horas de televisão ou computador e evitar que as refeições sejam feitas na frente dessas telas.
  • Fazer refeições em família, todos juntos, comendo a mesma comida saudável.
  • E claro, fazer isso sempre com acompanhamento profissional.


Referências

CHOOI, Yu Chung; DING, Cherlyn; MAGKOS, Faidon. The epidemiology of obesity. Metabolism, v. 92, p. 6-10, 2019.

LAURENT, Jennifer S. et al. Associations among body mass index, cortical thickness, and executive function in children. JAMA pediatrics, v. 174, n. 2, p. 170-177, 2020.

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Autor:

Livia Nascimento Rabelo

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