Você sabia que quando devemos escolher entre duas opções igualmente atraentes, começamos a evitar a escolha não escolhida? Alguns autores sugerem que isso ocorre pois começamos a gostar menos daquele item não escolhido. Como isso funciona? E com crianças?
Fonte: Clube do valor
Diversas pesquisas apontam que os adultos desenvolvem preconceitos inconscientes no decorrer da vida, que são modeladas de acordo com as escolhas em que fazemos entre coisas. Por exemplo, escolher um curso de graduação em relação a outro, seguir um caminho de vida em comparação a outro. Esse conceito se baseia no princípio de que, quando optamos por algo, deixamos de gostar tanto da outra opção.
Um novo estudo apontou que isso ocorre desde a infância, antes mesmo dos bebês falarem. O trabalho, realizado na Universidade Johns Hopkins, aponta que justificar uma escolha é algo intuitivo e fundamental para a experiência humana e isso muda a forma como nos sentimentos sobre as nossas opções. Os bebês também apresentam esse viés.
Vamos tentar explicar isso de forma bem clara e objetiva? Se um bebê está em uma sala cheia de bichinhos de pelúcia e escolhe um, o bebê provavelmente decidiu que não gosta das outras opções. E, se você parar para pensar, isso realmente ocorre com crianças... quando gostam de algum brinquedo, por exemplo, e você tenta trocar, a criança não se atrai e não aceita essa segunda opção.
A pesquisa foi realizada com 189 bebês e diversos experimentos indicaram que os bebês realmente apresentam uma mudança de preferência induzida, onde os padrões de escolha refletem uma mudança de preferência e não a atração por outras novidades. Em outras palavras, a escolha molda a preferência, mesmo sem conceitos ou experiencias já desenvolvidas.
Uma interessante abordagem e linha de pesquisa seria através do uso da espectroscopia no infravermelho próximo (NIRS) para avaliar a atividade do sistema cognitivo de acordo com essas escolhas. Isso porque, os resultados são muito importantes para diversos âmbitos, como o educacional através do método de aprendizado que pode se basear na neuroeducação, social e psicológico.
Referências
Silver, A. M., Stahl, A. E., Loiotile, R., Smith-Flores, A. S., & Feigenson, L. (2020). When Not Choosing Leads to Not Liking: Choice-Induced Preference in Infancy. Psychological Science, 0956797620954491.
Hagège, J., Chammat, M., Tandetnik, C., Naccache, L. (2018). Suggestion of self-(in)coherence modulates cognitive dissonance. PLOS ONE, 13(8), Article e0202204.
Johansson, P., Hall, L., Tärning, B., Sikström, S., Chater, N. (2014). Choice blindness and preference change: You will like this paper better if you (believe you) chose to read it! Journal of Behavioral Decision Making, 27, 281–289
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