Neuropolítica: modulando a moralidade

Wednesday, 24 de June de 2020
James Fallon é um neurocientista e professor do comportamento humano da Irvine School of Medicine. Em 2005, estava analisando milhares de scans de estruturas cerebrais de assassinos com fMRI, até descobrir ironicamente que seu próprio cérebro se encaixava nos padrões de psicopatia. A figura abaixo mostra a diferença.



   Contudo, James se considera e não há relatos contra ele de que o mesmo tenha matado alguém ou cometido alguma atrocidade. O mesmo chegou a se questionar se suas hipóteses sobre psicopatia estavam certas e compartilhou que teve uma infância tranquila com familiares e livres de traumas, embora se considerasse bastante manipulador.

 Sabe-se que a estrutura cerebral de psicopatas são diferentes, áreas responsáveis pelos sentimentos de empatia, culpa e medo são afetadas; apresentando menos conexões entre córtex pré-frontal ventromedial e a amígdala. A estrutura do nosso cérebro é bastante importante para moral, o que faz psicopatas serem insensíveis, apáticos, calculistas e pessoas de julgamento moral afetada.

A moralidade antes de ser compreendida por um conjunto de princípios, individuais e coletivos, necessita de aspectos como empatia e altruísmo. A neurociência se comunica no conjunto da política, o que chamamos de neuropolítica. Inclusive, em alguns blogs passados também falamos sobre sua relação com o comportamento antissiocial e até mesmo do desengajamento moral.

 Bom, nosso cérebro (centro das tomadas de decisões) incide sistematicamente em erros de julgamentos que são importantes para a elaboração de políticas públicas em prol do bem estar da sociedade. E o primeiro desígnio da moralidade é a escolha do certo e o errado, que será guiada pelo valores sólidos que foram construídos durante a vida. Aristóteles já dizia que não se tratava de uma grande reflexão, mas a forma como agíamos e interagíamos diante de uma situação.


Acredita-se que há possibilidades que possam mudar o cérebro, tais como, estudo em neuroplasticidade, neurogenese e a epigenética.

Conforme técnicas de neuromodulação foram se desenvolvendo e trazendo respaldos para neuroplastiticidades, abriu-se possibilidades para questionar se era possível modular áreas do cérebro correspondentes a moral.

Técnicas de estimulação cerebral (TMS, tDCS, DBS) além de aprimorarem funções cognitivas e emocionais, incluindo atenção, memória e processamento de informações emocionais envolvidas na moralidade, levando à modular a tomada de decisões morais individuais.

O uso da estimulação anodal do córtex pré frontal dorso lateral direito e córtex pré-frontal ventrolateral direito reduziu a agressão em homens saudáveis e aumentou atitudes pró-sociais e empáticas, já a catódica teve o efeito reverso. Outro caso, viu-se que a aplicação catódica de tDCS poderia modular a junção temporoparietal aumentando a capacidade de vergonha moral.

O efeito dessas técnicas ainda são temporárias, mas vale salientar a importância de se investigar alterações em áreas corticais que afetem o comportamento social, agressivo ou imoral. Pode trazer desenvolvimento para sociedade, como conseguir ressocialização de presidiários ou até mesmo uma oportunidade de psicopatas terem empatia, tratar distúrbios que envolvam agressão e pedofilia quando programas de educação e/ou reabilitação ou outros tratamentos falharem.

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Autor:

Barbara Meneses

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