Neurofinanças são uma união interdisciplinar da psicologia, neurologia e finanças para tentar entender o comportamento humano examinando os processos fisiológicos do cérebro quando exposto ao risco financeiro. Neste Blog vamos conhecer um pouco mais sobre a finalidade dessa área de pesquisa.
A partir de 1980, as tentativas de entender e descrever, em termos comportamentais, o modo como os humanos tomam decisões sofreram modificações. Pesquisadores das áreas de Finanças, Economia, Psicologia e Neurociências Cognitivas iniciaram estudos sobre as estruturas cognitivas e as causalidades dos vieses e ilusões cognitivas que afetam o ser humano quando tomam decisões.
A partir disso, a diferença básica entre as Finanças Comportamentais e as Neurofinanças é que as primeiras investigam como as pessoas agem e interagem no processo de tomada de decisões financeiras, interpretando e descrevendo as decisões com base em teorias e conceitos psicológicos estabelecidos. A segunda, por sua vez, busca explicar, por meio de observações do cérebro humano em tempo real, por que e como surgem ou ocorrem as inconsistências (violações) de comportamento dos agentes econômicos em relação aos axiomas da TUE (Teoria da Utilidade Esperada).
Ademais, procuram identificar as estruturas cerebrais envolvidas no processo de tomada de decisão de investimento de curto prazo para, a partir disso, tentar fornecer melhores explicações do real comportamento humano no mercado financeiro e de capitais. Os estudos em Neurofinanças procuram, entre outras finalidades, responder a questões como: o que acontece no cérebro humano quando ocorre uma decisão? Como ocorre o processo decisório humano? Quais estruturas neurofisiológicas e fisiológicas são acionadas no momento em que acontece a decisão? Existe relação estatisticamente significativa entre elas? Quais as consequências das decisões humanas quando influenciadas por heurísticas , vieses e ilusões cognitivas? E ainda: é possível educar neurologicamente e fisiologicamente os seres humanos para melhorar a tomada de decisão?
Com isso, as Neurofinanças podem ajudar tanto as pessoas sem experiência prévia no mercado financeiro e de capitais quanto os investidores individuais a desenvolver e definir determinadas estratégias cognitivas e de comportamento, particulares, mais adequadas e calibradas, que tendam a minimizar o impacto e diminuir a influência das emoções e ilusões cognitivas no processo de escolha.
Até o momento, os estudos em Neuroeconomia e Neurofinanças, Investigaram a interação entre características fisiológicas, resultado financeiro e comportamento humano; examinaram a relação entre a atividade neural cortical e o efeito disposição; analisaram o comportamento do investidor individual e as Neurofinanças; exploraram as relações entre ondas cerebrais, coração e tomada de decisão; investigaram a relação entre a atividade cerebral cortical e a tomada de decisão utilizando medidas de Eletroencefalograma (EEG) ou Ressonância Magnética Funcional (fMRI).
É nesse contexto científico, portanto, que a presente pesquisa se insere e procura examinar as relações entre aspectos psicológicos (razão/emoção), neurofisiológicos (ondas cerebrais) e fisiológicos (Frequência respiratória) como fatores determinantes para o surgimento do efeito disposição em decisões econômicas.
Referências
ASCHER, David et al. Neurofinance: a systematic review about a new way to looking the financial decision-making. European Journal of Scientific Research, v. 141, n. 1, 2016.
DOROW, Anderson et al. Neurofinanças: aspectos neurais e psicofisiológicos do efeito disposição. 2015.
FRYDMAN, Cary; RANGEL, Antonio. Debiasing the disposition effect by reducing the saliency of information about a stock's purchase price. Journal of economic behavior & organization, v. 107, p. 541-552, 2014.
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