Neuroeducação: O seu filho é racista?

Tuesday, 22 de November de 2022

Perguntar se o seu bebê é racista pode até parecer uma pergunta boba mas, você já parou para pensar que uma pessoa pode se tornar racista sem ter um consentimento consciente? Existem formas de acabar com o racismo

A atitude das crianças em relação a raça é um tema pouco explorado mas que a neurociência pode contribuir visando um mundo melhor. Estamos todos expostos a imagens que envolvem cores, diferenciação de bonecos e objetos, etc. Numa visão do funcionamento do cérebro, pode-se dizer que atitudes raciais se desenvolvem através da aprendizagem associativa, que é um processo semelhante ao condicionamento do medo, ou seja, provocar o medo.

Independente da questão racial, o nosso cérebro consiste em assimilar imagens implícitas com o tema. Em outras palavras, minoridades são associadas ao medo. Sendo assim, de acordo com o nosso mundo hoje, que apresenta diversas formas de demonstração de racismo, quais emoções são evocadas quando um bebê vê essa imagem e como elas interpretam? Quando falamos sobre racismo, já não estamos instigando a criança que existe o preconceito?

Através da cognição e da ativação da amígdala, ocorre um processo inconsciente do racismo, onde no primeiro ocorre a ativação do córtex pré-frontal posterior e esquerda e o segundo faz a análise do emocional, com julgamentos positivos ou negativos. Apresentamos dois sistemas cerebrais que ocorrem simultaneamente para o processo envolvido, onde um está mais baseado na cognição e expressando atitudes explícitas. O segundo sistema já é mais baseado em emoções e expressa atitudes implícitas.

 É possível exemplificar esses sistemas através da empatia, no qual trabalhos já conseguiram concluir que o circuito de empatia apresentam aumento da ativação quando indivíduos da mesma raça sofrem dor do que outros indivíduos, ou seja, a visão atual do ser humano (em relação ao ambiente que ele se encontra) tem mais empatia emocional por um grupo no qual nos encaixamos. De forma bem resumida, o atual desenvolvimento e educação no qual nossas crianças são submetidas faz com que estas apresentem algum nível de preconceito até a vida adulta, mesmo dizendo que não são racistas.

A neuroeducação, que possui um grande potencial para transformar nossas crianças em indivíduos mais capacitados, conscientes e sem os vícios que apresentamos hoje (preconceito, racismo, julgamentos, egoísmo) pode ser aplicada visando a destruição de preconceitos. Uma das formas para ajudar a inibir as reações de “medo” a raça envolve alguns processos e ativação do cérebro: conhecimento/aprendizado do indivíduo, regulação do comportamento, interpretação das informações e codificação de um rosto (amigável ou não?).

Como dito, as pessoas desconhecem sobre esse controle do racismo, tanto que a maioria diz que não é racista. Mas, como fazer uma criança não desenvolver o racismo: oferecendo aulas multiculturais? Ter um professor negro? NÃO! Estas mudanças que muitas instituições acreditam ser solução, apenas são atitudes raciais explícitas.

 Para alterar isso, trazendo para o aprendizado, a solução não deve ser vista apenas fornecendo informações sobre raça e discriminação, mas sim em fornecer experiências positivas com diferentes raças (e também outros preconceitos. A sociedade e instituições devem se preparar cada vez mais para grupos culturalmente diversos, possuir uma vigilância maior sobre o grau de tolerância. Tratando desde a infância, os impactos do racismo e do comportamento racista são reversíveis! É possível criar um caminho neural sempre que pensamentos e comportamentos se repetem com frequência e, desta forma, fazer com que as crianças se desenvolvam sem racismo e preconceito.

Pensando no aprendizado, os pais e escolas devem entender esse comportamento cerebral, que toma como verdade uma informação através da repetição. Desde a primeira infância, as crianças devem ser educadas em um ambiente onde não há diferença entre a raça social (ao contrário do que muitos acreditam que deve-se sempre citar apenas que o racismo é errado) e usar a repetição, no qual a criança vai aprender de forma inconsciente, sobre o “novo normal”... um mundo sem racismo, preconceito, violência, etc.

A educação das nossas crianças está envolvida com um mundo melhor, onde podemos destruir todos os paradigmas negativos e nos transformarmos em uma sociedade com mais empatia, tolerante com diferenças e preparada para o desenvolvimento social.

 

Referências

Adlaf, E.W. et al. Adult-born neurons modify excitatory synaptic transmission to existing neurons. Elife 6 (2017)

Kathleen Blair, K.D., AlannaKamp, Oishee Alam. Challenging Racism Project 2015-16 National Survey Report. Penrith, N.S.W., Australia: Western Sydney University; 2017

Yehuda, R. et al. Holocaust Exposure Induced Intergenerational Effects on FKBP5 Methylation. Biological Psychiatry 80, 372-380 (2016).

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Autor:

Mouhamed Zorkot

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