Você já pensou no que acontece com seu cérebro quando você comete um erro? TODOS NOS COMENTEMOS ERROS O TEMPO INTEIRO, e isso é uma grande oportunidade para o cérebro ajustar o que está fazendo e aprender. Para estudar como o cérebro detecta e lida com erros, alguns estudos usaram bonés equipados com EEG que podem medir a atividade cerebral, com isso, eles conseguiram perceber que o cérebro cria um tipo específico de atividade cerebral que acontece ao mesmo tempo que uma pessoa comete um erro, eles chamaram isso de negatividade relacionada ao erro (ERN). Mas, De onde vem esse ERN no cérebro? nos ajuda a aprender? Vamos então entender um pouco mais sobre esse assunto.
Esses sentimentos quando você tira uma nota baixa em um teste ou quando você erra o alvo pode ser irritantes e até dolorosos no início, porém, eles tem uma grande importância para que você tenha sucesso no futuro. Falando nisso, uma função muito importante do cérebro é tentar prever o futuro. Dessa forma, nossos cérebro busca mudar nossas ações futuras, para evitar cometer os erros do passado, e isso tem uma grande forma como aprendemos.
Para detectar como nosso cérebro lida com “erros” alguns estudos utilizam eletroencefalograma (EEG). O nosso cérebro nunca para de funcionar, mesmo quando estamos dormindo, e assim produz constantemente atividade elétrica em forma de ondas. Observando os padrões dessas “ondas cerebrais” é possível ver muito sobre o que está acontecendo no cérebro. Podemos ver se as pessoas estão relaxadas ou concentradas, se estão acordadas ou dormindo, ou se apenas cometeram um erro. Sempre que uma pessoa comete um erro, aparece um padrão especial de atividade cerebral: uma atividade elétrica aguda e negativa, mais forte no topo da cabeça. Como essa atividade elétrica é carregada negativamente e associada a erros, é chamada de negatividade relacionada a erros (ERN). Ah, e falando em EEG, vocês sabia que nos dispomos desse produto em nossa plataforma? Clique aqui e confira.
A negatividade relacionada ao erro (ERN) e a positividade do erro. Um padrão específico de atividade cerebral pode ser observado quando cometemos um erro. No gráfico, a linha ondulada mostra a atividade cerebral ao longo do tempo. A linha vertical representa o horário em que o erro foi cometido. Você pode ver que o ERN (azul) acontece quase imediatamente após o erro e é mais forte no topo da cabeça, enquanto a positividade do erro (vermelho) ocorre um pouco mais tarde.
Pensa-se que o ERN provém de uma região dentro do córtex frontal - córtex cingulado que detecta um erro e envia um sinal de alerta para outras partes do cérebro, através de conexões chamadas de feixe cíngulo concentrando a atenção da pessoa para diminuir a probabilidade de cometer novos erros. É interessante destacar que O ERN geralmente ocorre no máximo 100 ms após um erro, ou seja, é tão rápido que acontece até mesmo antes de você perceber seu erro.
Funciona mais o menos assim - o córtex cingulado compara as ações que gostaríamos de fazer ou deveríamos alcançar com as nossas ações reais, e o ERN sinaliza para o nosso eu consciente que a ação real e o resultado que esperávamos não coincidem. Então, a ERN traz esse erro ou incompatibilidade à nossa atenção que ajuda na diminuição de probabilidade de erro nas nossas ações de futuras.
Algumas pessoas têm um ERN maior que outras. Isso significa que essas pessoas são mais sensíveis a cometer erros e aprendem mais com seus erros? Alguns estudos mediram a atividade cerebral de estudantes universitários e descobriram que os estudantes que tinham um ERN maior também tendiam a ter melhores notas. Outros estudos mostraram que pessoas que estão mais ansiosas tendem a ter ERNs mais fortes.
Dessa forma, fazer mais pesquisas sobre a ERN pode nos ajudar a resolver alguns desses desafios sobre a forma que aprendemos com os erros cometidos. Então, nos parece que frases “clichês” repetidas desde nossos avós poderia ser adaptada:
“Errar é humano, permanecer no erro é burrice”
Poderia ser:
“Errar é humano, permanecer no erro é um problema de ERN”
Referências
AMLIEN, I, et al. Organizing principles of human cortical development—thickness and area from 4 to 30 years: insights from comparative primate neuroanatomy. Cereb. Cortex, 26:257–67, 2016. Doi: 10.1093/cercor/bhu214
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