Você já ouviu falar em Vídeo-EEG? Ele trata-se de em EEG prolongado com vídeo sincronizado (vídeo-EEG) superando algumas das limitações do EEG convencional, melhorando sua sensibilidade, especificidade e o rendimento diagnóstico. Ele é comumente empregado para o diagnóstico e classificação de epilepsia (para distinguir convulsões), avaliações pré-cirurgicas e no manejo de crianças com limitações.

O diagnóstico de convulsões e epilepsia são feitos com base clínica, sendo assim, a distinção clínica entre convulsões e simulações de convulsões pode não ser direta, especialmente em crianças pequenas, necessitando de avaliação adicional. Um dos exames bastante utilizados é o eletroencefalograma (EEG) de rotina, este auxilia no diagnóstico clínico de epilepsia através de potenciais elétricos de campo distante na superfície do couro cabeludo gerados pelo foco de convulsão subjacente no cérebro registrados pelo aparelho.
Entretanto, na Índia perceberam um avanço nesses diagnósticos quando feitos com o vídeo-EEG (VEEG). Nesse método o vídeo é sincronizado em tempo real junto com o EEG contínuo por longos períodos de tempo, para correlacionar os achados do EEG com o comportamento clínico correspondente. O VEEG supera algumas das dificuldades do EEG de rotina, melhorando a sensibilidade (registro prolongado de EEG interictal) e a especificidade (registro dos episódios ictais).
Existe alguns padrões técnicos para seu uso, em crianças pequenas, por exemplo, os eletrodos VEEG são colocados durante o sono para evitar que as crianças fiquem angustiadas e ansiosas, as vezes é até necessário uma sedação oral nelas. A duração das gravações do sono e vigília varia de acordo com a indicação e a frequência dos episódios habituais. Em crianças mais velhas, acontece de forma diferente, o estudo é iniciado enquanto estão acordadas e as crianças são encorajadas a adormecer naturalmente assim que a duração necessária da gravação acordada for concluída.
A indicação mais comum para VEEG são:
- Indicações para a avaliação de epilepsia resistente a medicamentos;
Entretanto, por mais benéfica que possa ser, erros de interpretação são comuns no VEEG, bem como no EEG de rotina. E claro, também existem algumas dificuldades, pois, gravar e gerar relatórios VEEG é mais exigente, trabalhoso e demorado, além disso, ele é mais caro do que o EEG de rotina. Entretanto, gravações prolongadas de vídeo-EEG são úteis no diagnóstico e classificação da epilepsia, além de localizar convulsões com precisão, para rastrear convulsões eletrográficas e para monitorar o tratamento. Sendo assim, esse método têm grande potencial de superar muitos problemas e quem sabe, tornar muitos diagnósticos mais precoces!
Referências
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