Desenvolvimento Infantil: a neurociência e a psicologia de mãos dadas em prol da compreensão do desenvolvimento humano
Thursday, 07 de March de 2019
Estudar desenvolvimento infantil é algo motivado por uma grande questão: entender a formação do sistema nervoso ao longo dos primeiros anos da vida. Isso significa compreender como funciona o processamento das mais diversas atividades do sistema nervoso como a linguagem, a comunicação, o processamento de emoções, a memória, etc. Mais do que isso, há um aspecto social importante nesse tipo de estudo uma vez que essas descobertas podem resultar em políticas públicas para a educação.
Vale lembrar também que esse estudo implica tanto em compreender quadros como os de autismo quanto o desenvolvimento “normal”. Nesse contexto, esses dois cenários atuam como duas vias complementares, pois os indíviduos “normais” nos ajudam a entender o que acontece em casos de distúrbio, assim como esses últimos colaboram com a compreensão do que seria o quadro “normal” de desenvolvimento.
VIÉS DA PSICOLOGIA
O grande marco para a psicologia de desenvolvimento infantil foi Piaget, com sua teoria do conhecimento. Com o passar dos anos, sua teoria foi moldada com o avanço de novas descobertas associadas a neurociência e também no proprio campo da psicologia. Nesse quesito, a comunicação foi um pilar fundamental, pois envolve entender como os bebês e jovens crianças recebem informações, como as processam e como reagem diante delas. A era pós-Piaget foi marcada por visões diferentes de como se dava esse desenvolvimento infantil. Uma delas tem como foco a abilidade inata, na qual lentamente bebês e jovens crianças conseguem incorporar novas descobertas com base em suas experiências.Nesse caso as mudanças comportamentais e na comunicação seriam o resultado de eventos ambientais e do próprio amadurecimento. Em oposição a essa ideia, há a o conexionismo, que acredita que o indivíduo é uma “folha em branco” cujas experiências modelam ativamente seu desenvolvimento. Há ainda, uma terceira visão, a chamada teoria-teoria (theory-theory). Ela apresenta uma ideia intermediária entre os dois extremos citados. Assim, as crianças tem um vasto repertório inato, o qual sofre muita influência de suas experiências ambientais. Parece um pouco distante da neurociência não é mesmo? Na verdade, a psicologia e a neurociência tem interesse em muitas problemáticas em comum. Por isso, é sempre importante aproximá-las para que uma possa contribuir com a outra. Abaixo vamos falar um pouco do que a neurociência já sabe sobre esse tema.
VIÉS DA NEUROCIÊNCIA
A partir do nascimento, nós sofremos inúmeras alterações no nosso sistema nervoso. Diferente de outros mamíferos, nossa sobrevivência ainda depende ativamente de nossos pais ou responsáveis. O que acontece é que nosso sistema nervoso ainda não está completamente formado, de modo que nossas conexões sinápticas vão se formando muito intensamente nos primeiros anos de vida. Dessa forma, desenvolvemos nossas primeiras habilidades cognitivas e, provavelmente, também moldamos grandes aspectos da nossa personalidade. Em termos estruturais vale a pena ressaltar que nos primeiros anos de vida ocorre a mielinização dos axônios, processo importante para a transmissão dos Potenciais de Ação nos neurônios. Além disso, sabemos também através da ressonância magnética (leia mais sobre técnicas de imagem aqui e aqui) que ocorre aumento da massa branca ao longo da infância. Dessa forma, há uma correlação entre o desenvolvimento cognitivo e o aumento da massa branca ao longo do crescimento da criança. Há ainda quem suspeite que alterações nesses processos de nosso sistema nervoso possam acabar resultando em quadros de dislexia e demais distúrbios relacionados a aprendizagem. Vários autores já mostraram que o desenvolvimento da habilidade de leitura está associado com mudanças na atividade cortical temporo-parietal, temporo-occipital e regiões ventro-frontais.
Falamos que esse tema tem tudo a ver com educação né? Se quiser ler mais sobre outra pesquisa que pode contribuir bastante para a educação, clique aqui!
Agora vem o desafio para os pesquisadores: como conciliar tantas visões e informações diferentes para compreender uma temática tão complexa e tão socialmente relevante quanto o desenvolvimento infantil?
A BrainSupport recomenda sempre que sua pesquisa científica aconteça de modo a se aproximar ao máximo do cenário da realidade (afinal de contas, se queremos ajudar os pesquisadores latino-americanos a desvendarem os mistérios da consciência, temos que inserir a pesquisa no contexto mais natural possível, pois é lá que observamos a consciência humana emergir)!
Para isso, existem várias soluções que nos ajudam a fazer as observações em ambientes mais próximos da realidade do nosso cotidiano. Aqui, destacamos as soluções para estudos de comportamento oferecidas pela Mangold International: equipamentos e softwares de gravação de vídeo (Portable Labs e VideoSync) e softwares de análise, como o INTERACT.

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