Apesar do potencial da neurociência não ser bem explorado na organização dos edifícios, é possível notar uma verdadeira revolução a caminho, relacionados ao design e desempenho das futuras cidades e prédios, incorporando até mesmo parâmetros relacionados à saúde mental.
Você já parou pra refletir como se sente durante o percurso de sair da sua casa e chegar ao seu destino final? Como os seus sentimentos mudam depois de passar horas trabalhando em seu escritório ou permanecer sentado num parque?
Através dessas reflexões e indagações, pesquisadores da Nova Zelândia acreditam que os ambientes que nos rodeiam podem impactar significativamente nossa saúde sem que estejamos plenamente CONSCIENTES disso. De acordo com as pesquisas recentes e em andamento do grupo da Auckland University of Technology (AUT), o ambiente construído influencia amplamente o humor, os sentidos e o bem-estar das pessoas. Dessa forma, eles apresentam uma inovadora linha de pensamento acerca do futuro dos edifícios e das áreas urbanas, expressando a necessidade de dar atenção aos novos designs a fim de criar ambientes mais saudáveis e produtivos.
Mesmo o conceito de neuroarquitetura sendo explorado a algum tempo, estudos científicos e investigações profissionais sobre ela ainda são muito limitados. Os pesquisadores da AUT estão explorando por que e como edifícios, passarelas e espaços ao ar livre afetam o bem-estar dos cidadãos, principalmente do ponto de vista da saúde mental, através da leitura das respostas neurais, visando esclarecer por que a neuroarquitetura é importante e como ela pode afetar amplamente a maneira como os profissionais da aŕea realizam seus projetos.
Como eles estão fazendo isso? Através da neurociência e dos projetos arquitetônicos, eles examinam em que magnitude a arquitetura e o design urbano afetam negativamente os cidadãos diariamente, resultando em aumento dos níveis de estresse e ansiedade, e redução da produtividade, foco e vários outros indicadores. Por meio da eletroencefalograma (EEG) e da ressonância magnética funcional (fMRI) é possível realizar uma análise psicológica sobre as respostas aos ambientes construídos buscando identificar novos fatores importantes nos edifícios, dessa forma, é possível medir e analisar as respostas cerebrais dos usuários e interpretar essas leituras para desenvolver soluções relacionadas ao design.
De que forma os edifícios afetam a nossa saúde mental? Podemos responder a essa pergunta inicial simulando interiores de edifícios e alterando sutilmente variáveis como cor, luz, cheiro, som ou temperatura, identificando o engajamento do nosso cérebro em respostas positivas-negativas, a fim de criar a melhor experiência possível nos ambientes específicos.
A neuroarquitetura fornece um meio para que neurocientistas e psicólogos colaborarem com arquitetos e urbanistas durante os estágios iniciais de design de ambientes construídos. Por que isso é importante? Além de todas as vantagens que destaquei no decorrer do texto, posso destacar que esse projetos otimizados pela neurociência levam em total consideração os aspectos e demandas pessoais nos ambientes, logo, a saúde mental dos usuários pode ser levada como principal parâmetro do edifício.
Referências
[1] Neuro-architecture: How do buildings affect mental health?. https://architecturenow.co.nz/articles/neuro-architecture-how-do-buildings-affect-mental-health/
[2] Auckland University of Technology (AUT). https://news.aut.ac.nz/around-aut-news/new-lab-focuses-on-future-environments
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