No blog “Você realmente possui o conhecimento que acredita ter?" , comentei sobre a tendência de superestimarmos as nossas habilidades. Isso está relacionado a metacognição, que é a parte do nosso cérebro responsável por automonitorar o próprio aprendizado. Por outro lado, também temos que nos atentar a outra questão, algumas pessoas tem a tendência de não tomar a iniciativa de iniciar um projeto pela falta de confiança nelas mesmo. Abrir um negócio próprio, começar a estudar, desenvolver alguma atividade são exemplos de ações que não realizadas por milhares de pessoas que tem capacidade.
A falta de confiança está atrelada ao cognitivo e ao método de aprendizado: a neuroeducação. O sistema neural possui uma conexão em rede e forma uma associação entre os processos cognitivos e afetivos que são fortalecidos pela repetição de estímulos [1]. A neurociência compreende o aprendizado através de três fatores: repetição, retorno negativo e retorno positivo. A primeira tem como base as mudanças sinápticas que acabam implementando a nova forma de agir, sentir ou pensar; o segundo informa que quando se erra deve-se tentar novamente de outra maneira e, por último, o retorno negativo, que está associado a repetir futuramente a atividade assertiva [2].
Desta forma, se você não passa por um aprendizado de forma correta, você não possui a confiança necessária para realizar uma atividade que precisa das informações anteriormente processadas pelo cérebro. Dentre desses pilares, quando ativamos os mecanismos de motivação e recompensa no cérebro, a dopamina é liberada. Esta, é uma substância neuromoduladora que possui a capacidade de modificar as atividades elétricas e dos neurônios. Além disso, ela libera a ocitocina, que é responsável pelo sentimento de prazer e colaboração [1]. Resumindo, se você foi elogiado e motivado durante o seu processo de aprendizagem, você vai ser uma pessoa autoconfiante pois o seu cérebro vai querer repetir aquela atividade (assertiva) para receber o elogio, por saber que você tem potencial para desempenhar a função, etc.
E o que você acha, o sistema de educação atua desta forma? Tenho certeza que você, ou alguém da sua família, já passou por um processo de aprendizado no qual o cérebro não foi treinado para interpretar aquilo como uma atividade assertiva. Muitas das vezes, fazemos uma atividade e ouvimos que “não foi nada mais que a nossa obrigação”, não ouvimos uma motivação, não temos um feedback. Enfim, o sistema educacional é falho e isso compromete na autoconfiança das pessoas. Desde a infância, não somos educados de forma apropriada e isso faz com muitas pessoas não tomam iniciativa e não fazem acontecer!
Tema de grande discussão, a educação tem sua contribuição na falta de confiança mas, independente da sua idade, você pode mudar isso. Para isso, você precisa treinar o seu cérebro e, uma forma de fazer isso é o neurofeedback. O método não invasivo consiste na indução de alterações plásticas cerebrais e visam produzir o aumento da performance ou melhorias de sensações de acordo com a onda gerada. Trazendo para o contexto, a onda gerada é a beta, no qual o estado está relacionado ao processo de atenção, concentração, cognição e aprendizagem. A onda beta influencia na autoconfiança, tornando o indivíduo mais otimista nas atividades que realiza [3]. Um dos excelentes sistemas que possuem a função de processamento, para o neurofeedback, é o NIRx que pode ser visto na figura abaixo.
Sendo assim, é extremamente importante termos uma visão diferenciada sobre o sistema de educação. A neuroeducação aparece com pilares fortes que visão melhorias no processo de aprendizado e, consequentemente, na transformação das pessoas! Além disso, mesmo que você não teve essa motivação e estimulação, você pode desenvolver atividades que visam o treinamento do cérebro, com mensagens positivas, coragem para iniciar projetos, diálogos com pessoas que podem te motivas, etc.
Associando o conhecimento com a autoconfiança, temos maiores chances de desempenhar as atividades que temos interesse. FAÇA!
Referências
[1] HENNEMANN, A. L. Considerações sobre o livro Neuropsicopedagogia Clínica Introdução, Conceitos, Teoria e Prática. Novo Hamburgo, 03 nov/ 2015.
[2] HERCULANO, Suzana. Neuroliderança. Folha de São Paulo equilíbrio, set. 2009.
[3] DAMASCENO. E, Psicologia o Neurofeedback Como Recurso Neuropsicoterápico para o Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade e Impulsividade. Neuropsicoterápico para o Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade e Impulsividade. 2012
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