Sabe quando você coloca uma música e sente que a cada batida você está mais conectado e ela? Esse é um fenômeno que realmente acontece entre uma música e nossa mente, nós seres humanos somos capazes de nos envolver com uma música tanto passivamente quanto ativamente. Uma música não só
altera nossos sentimentos como também é capaz de ser um auxílio terapêutico, pode fortalecer a memória autobiográfica, estimular interações sociais e até mesmo alterar nossa percepção temporal.
Diante desse contexto, sabe-se que que diversos estados comportamentais estão associados a correlação neural existente ao se ouvir uma música. Nesse sentido, um grupo de cientistas buscou estudar como uma música e versões editadas da mesma afetam o estado comportamental das pessoas.
Para esse estudo foram escolhidas quatro canções utilizadas em “Bollywood” na qual nenhum dos 48 participantes da pesquisa haviam ouvido antes. Foram feitas outras versões da música com edições em suas medidas, forma de onda e espectro de fases. Durante o experimento foram monitoradas as respostas de
EEG dos participantes enquanto ouviam as diferentes músicas.
Através desse estudo foi possível demonstrar que técnicas de correlação
EEG entre sujeitos e estímulo-resposta podem ser empregadas nos domínios do tempo e da frequência para estudar música natural em processamento.
Os resultados mostraram que os estímulos que retêm características de musicas básicas, como ritmo e melodia, elicitaram classificações comportamentais e correlação neural significativamente mais altas do que das músicas editadas. No entanto, enquanto as canções não editadas foram auto-relatadas como as mais agradáveis, as correlações no domínio do tempo foram mais altas durante as versões com edição. Um fato curioso é que os resultados sugerem que os correlatos neurológicos do "envolvimento" musical podem ser distintos daqueles do prazer.
Documentar e medir medidas neurais de engajamento com estímulos ecologicamente válidos, promete insights mais profundos sobre o engajamento musical. Essas descobertas enriquecem a interpretação de uma correlação neural elevada como engajamento musical e abre um leque de possibilidades para futuros estudos que através do uso
EEG possam esclarecer a relação entre a
correlação neural, engajamento e o prazer.
Refências:
[1] KANESHIRO, Blair et al. Natural music evokes correlated EEG responses reflecting temporal structure and beat. NeuroImage, p. 116559, 2020.
[2] Menon, V., Levitin, D.J., 2005, October. The rewards of music listening: response and physiological connectivity of the mesolimbic system. Neuroimage 28 (1), 175–184.
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